Acompanhem comigo a saga de um CEO surtado por causa de uma porrada no nariz.
Um Airbus A319 decolou hoje, dia 20/02/2025, do Aeroporto Internacional do Galeão, às 10h50, com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos. O voo que deveria durar cerca de 44 minutos foi interrompido pelos donos verdadeiros do céu: pássaros. Eles atingiram a aeronave ainda em sua subida, causando danos no nariz.

Como sói acontecer nessas situações, o piloto (provavelmente) declarou emergência e voltou para o aeroporto, pousando logo em seguida.
Segundo a Latam, “o pouso ocorreu em completa segurança às 11h04 e o voo foi cancelado”, ÓBVIO que nenhum passageiro ficou ferido, enfim, mais uma quinta-feira na aviação comercial brasileira, certo?
ERRADO.
O CEO da Latam Airlines Brasil, sr. Jerome Cadier, num acesso de chilique inacreditável disfarçado de “desabafo”, resolveu xingar muito no LinkedIn porque, segundo ele, “quem paga a conta?”

E como sói acontecer, esse vacilo em forma de desabafo está sendo devidamente passado no chapisco. Os comentários da postagem estão ensinando ao distinto CEO como que funciona a própria empresa dele, porque eu ACHO que ele se esqueceu como funciona a troca de serviços por moeda. Um dos comentários foi bem didático:
Além desse tem mais (até o momento em que escrevo essas aéreas linhas) 364 comentários no post, alguns chapiscando o Jerome, outros defendendo o cara (claro).
No Twitter não vi muita repercussão, mas a galera no Nosso Lar tá contribuindo com o chapisco. Clica aqui pra ver os quotes, estão bem divertidos.
Se o consumidor se sentir lesado ele vai abrir processo contra a empresa. As companhias aéreas têm um monte de alternativas pra dirimir o dano ao consumidor, já que não dá mesmo pra prever colisão com pássaro: disponibilizar outra aeronave, ou disponibilizar assentos em outras aeronaves de outras companhias aéreas, ou disponibilizar acomodações e alimentação pros passageiros que vão ter que esperar outro avião chegar… mas geralmente o que eles fazem é “cancelou, sinto muito, se fode aí, e se remarcar a passagem tomale multa pra aprender a marcar direito”. E como o tio do comentário aí em cima falou, as passagens estão caras pra cacete, o custo de um troço desses – inclusive a judicialização – deveria estar embutido no preço junto com os outros custos operacionais. E se não banca o risco de transportar passageiro, melhor trocar de ramo, né? Avião de brinquedo, por exemplo, não custa tão caro e se quebrar dá pra comprar outro facinho.
Atualização às 20h21: os perpretadores do dano ao nariz do avião, segundo o DataLise, infelizmente passaram dessa para uma melhor. As únicas penas que sobraram estão localizadas em suas almas, que agora vagam eternamente à procura do CEO. Se alguém o encontrar, elas gostariam de mandar um recado: “FELADAPIIIIIIIII”.