“Seja você a mudança”. Otay…

Eu acho essas frases de autoajuda um saco. Aliás, autoajuda já era chato nos primórdios das traduções da Louise L. Hay e congêneres que chegaram aqui no Brazza aos borbotões. Tive contato com tais obras na adolescência, com essas da Hay e com a coleção Amplitude do Luiz Gasparetto (sim, filho da Zíbia), que eram uns livrinhos chatos porém interessantes pra uma garota de 16 anos que não tinha amigos ou recíprocas amorosas. Nessa época coach era só a palavra no inglês para “técnico”.

Bem, se autoajuda é um saco, por que eu resolvi dar esse nome pro post? Porque eu estava procurando blog pra ler e, de uns vinte links que eu abri, achei um que é mais ou menos interessante, e mesmo assim tá entupido de imagem. Daí lembrei (de novo) do texto do André sobre blogs e meus neurônios analíticos fizeram os neurônios escritores sentarem e enquanto eu digito tá rolando uma sessão de terapia dentro do meu Palácio Mental.

Lá em um dos meus primeiros posts eu tava reclamando que os templates favoreciam mais as imagens do que o texto em si. Eu não sei quem foi que falou que uma imagem vale mais que mil palavras, mas a internet tá levando isso a sério demais, pelo jeito. Eu sou uma das que se junta ao coro de não querer mais só vídeo ou podcast, mesmo adorando os canais que eu sigo no YouTube e tendo minha listinha favorita de podcasts no Podcast Addicted, além do podcast do blog (que, convenhamos, eu atualizo muito pouco). Queremos ler coisas, ler é legal!

É tão legal que nos últimos dias eu passei um tempão clicando na página aleatória da Wikipedia pra ler coisas interessantes. Mas a desvantagem da página aleatória é que pode demorar a vir alguma coisa realmente interessante. Há milhares de páginas sobre comunas francesas, ou plantinhas sem foto, ou políticos americanos mortos no século XVIII, até a página da vereadora local (com quem eu já conversei e tirei foto lá nos idos da minha juventude) apareceu na página aleatória. Mas ler é legal, muito legal.

Daí eu lembro do que o André falou no texto dele:

Os blogueiros profissionais [que] começaram a hostilizar qualquer um que não fosse profissa, que não tivesse alto pagerank, que não aparecesse em primeiro no Google não era blogueiro de verdade.

E é por isso que meus neurônios estão ali no cantinho fazendo uma sessão de terapia. Eu lembro que, na época que eu tinha o Litteraria, eu passei meses tentando profissionalizar o blog (mesmo que o meu foco fosse a faculdade). Eu seguia vários blogs que ensinavam a personalizar as páginas (os widgets estavam nascendo na época) e quais eram as melhores práticas de SEO. O HTML era lindo, o calendário de postagens criava teia de aranha. Aí… eu deixei pra lá. Dava muito trabalho ter blog. Melhor deixar pra quem sabe.

Corta pra hoje. “Seja você a mudança” continua sendo uma frase de merda, mas eu passei os últimos dias querendo escrever e deixando pra lá porque “tô sem assunto”. “Esse tema não vale”. “Isso é chato, ninguém vai querer ler”. E foi assim que os blogs morreram, meu leitor, minha leitora. O “melhor deixar pra quem sabe” é uma puta duma negação de capacidade porque a única coisa necessária pra ter um blog é saber escrever.

Isto posto, alguém aí tem recomendação de blog pra ler? Tô precisando encher esse blogroll de coisas interessantes enquanto termino a sessão de terapia mental aqui e dou uma lição de casa pros neurônios escritores.

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